Imagem: Arquivo Pessoal

Esta entrevista integra a série Vidas e Vozes de Mulheres na Pandemia.

CRE: Quem é você? Qual o seu nome, idade, estado civil, se tem filhos, quantos, onde mora, profissão, alguma outra informação que descreve você?

Luana Martins: Bom, meu nome é Luana e tenho 33 anos. Sou casada há 12 anos e tenho dois filhos, a Gabriela, de 5 anos, e o Gabriel, que completou 2 anos em agosto. Somos de Minas Gerais, e moro no bairro São Pedro, em Guabiruba há 7 anos. Atualmente faço bolos de aniversário, de pote, para vender.

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CRE: Conte sobre a sua gravidez. Como é estar grávida na pandemia?

LM: Em junho deste ano descobri que estava grávida. Não foi uma gravidez planejada, mas, se veio foi permissão de Deus, porque filhos são uma bênção, né! Estar grávida na pandemia é um pouco complicado, porque as gestantes entram no grupo de risco, com isso, tenho saído só para consultas, exames. Confesso que fiquei bastante assustada, preocupada, quando a doutora me disse os riscos que tem uma gestante. Mas é só ter os cuidados, e além de tudo a fé em Deus, que no final tudo dá certo.

CRE: Fale sobre a sua rotina em casa juntamente com a educação escolar das crianças.  Como você se organiza para agregar as tarefas das crianças às outras atividades que você já tinha ou que tem diariamente? Qual a sensação de se dedicar a tantas atividades? Você acha que está trabalhando mais na quarentena?

LM: Meu esposo trabalha no primeiro turno, então de manhã tenho que cuidar dos dois pequenos sozinha, fazer as tarefas de casa e, além disso, as tarefas da escola dos dois. Gosto de fazer as atividades no início da semana, porque do meio da semana em diante tenho bastante encomendas de bolo. O Gabriel tira uma soneca depois do almoço, e é aí que faço as tarefas da Gabriela. Está sendo bem cansativo, acho que estou trabalhando mais nessa quarentena. Acho, não! Tenho certeza!

CRE: E seus filhos têm participado das atividades da escola? E como você os vê neste período de quarentena? Eles estão motivados, aborrecidos, cansados, felizes? Qual a reação deles no momento das atividades? E seu marido, como tem reagido a essa nova rotina?

LM: A Gabriela gosta de fazer as atividades, já com o Gabriel tenho mais dificuldade, é um pouco mais complicado. Tenho que achar um momento em que ele esteja mais disposto a interagir, mas a Gabriela acaba me ajudando nas atividades dele, porque ela começa a fazer, e ele começa a imitar ela. Ele imita mais a ela do que a mim, acho que se espelha mais nela do que em mim. Meus filhos estão bem agitados nessa pandemia. Estressados, cansados de ficar dentro de casa, porque a gente não está saindo, estamos dentro de casa mesmo. A rotina do meu esposo mudou bastante. Ele quem tem que resolver tudo na rua agora, mercado, contas a pagar… Ele não gosta muito de ir ao mercado, quem tinha o hábito de fazer isso antes era eu, eu gosto de ir ao mercado. Também, ele tinha o hábito de, pelo menos uma vez por semana, chegar do serviço, almoçar e tirar uma soneca para descansar, mas, com as crianças em casa, ele não consegue, elas querem bastante atenção dele quando ele chega.

CRE: Cite medos e alegrias vivenciados na quarentena. Do que sente falta? Que sentimento que você tem frente à pandemia?

LM: No início da pandemia confesso que tive bastante medo, mas depois fui percebendo que se temos fé, conseguimos levar a diante. O que tiver que acontecer, vai acontecer. O que Deus permitir, é isso mesmo, a gente querendo ou não. O que mais sinto falta é de poder ir à missa. Parece que estou me esvaziando sem a presença da eucaristia.

CRE: O que você descobriu sobre você nessa pandemia?

LM: Acredito que essa pandemia veio para nos ensinar e mostrar que somos fortes, capazes de superar os desafios que encontramos. Em meio a tantas tarefas que tenho a fazer, ainda encontrei um tempinho para ouvir pregações, orações pelo YouTube. Enquanto estou lavando a louça, fazendo almoço ou fazendo um bolo, eu coloco os fones de ouvido e ouço coisas que me fortalecem. Ontem mesmo ouvi uma pregação do Frei Gilson, e isso me fortaleceu bastante, pois eu tinha na cabeça um medo, de não dar conta de criar três filhos, como vai ser, se vai ser muito difícil… e Deus falou comigo nessa pregação. Uma coisa que me tocou bastante é: Deus não dá um fardo maior do que possamos carregar.

CRE: Em meio a tantas incertezas, mudanças, desafios que a pandemia nos impõe, você tem dicas, sugestões ou alternativas para as mulheres se manterem bem nesse novo estilo de vida?

LM: Sempre que puderem ouvir coisas que somem, que edifiquem nosso dia a dia. É melhor ouvir coisas que vêm de Deus, do que notícias ruins, pois elas só nos deixam pra baixo, depressivos e com medo.

CRE: Como você acha que será a vida da humanidade após a pandemia?

LM: Acredito que a vida da humanidade pós pandemia, para muitos, será uma vida de mais compreensão, com mais amor aos filhos, mais fé. Mas, para outros, acredito que não mudou em nada, acham que tudo isso é mentira, que não é nada do que falam sobre o vírus.

CRE: O que a pandemia vai deixar nas nossas memórias?

LM: Acho que a pandemia vai deixar em nossa memória medos, saudades de entes e amigos que se foram. O mais importante é que, com fé em Deus, somos fortes para superar os obstáculos.

CRE: Quando esse tempo difícil ar, quais são as coisas que você mais quer fazer?

LM: A primeira coisa que quero é ir em família para a missa, porque no momento é só meu esposo que vai. Depois, ear com meus filhos, voltar à rotina normal, levá-los aos parques, e frequentar a casa dos meus pais novamente, pois não tenho ido. Por eu estar me cuidando e cuidando dos meus filhos, estou me privando de ir à casa dos meus pais.

CRE: Compartilhe uma frase ou pensamento ou um verso de poema que tem significado especial para você.

LM: Algumas palavras que me marcaram, que acho que são muito importantes para todos nós levarmos com a gente, eu ouvi na pregação que citei, em que Deus falou comigo. As palavras que ele disse foram: O dom do amor é o maior de todos. A vida só tem sentido se tivermos amor; a minha fé e religião só têm sentido se eu tiver amor; as obras que eu faço só têm sentido se eu fizer com amor. Se seu não tiver amor, de nada vale, de nada adianta. O amor é paciente, o amor não é um sentimento, o amor são atitudes. Quem ama tudo a, crê em tudo, espera tudo, desculpa tudo. O amor é o dom que mais temos que viver. São essas as palavras que deixo. Palavras de Frei Gilson. Quem tiver a oportunidade de ouvir, eu aconselho, pois faz muito bem, edifica bastante a vida.

2 COMENTÁRIOS

  1. Muito bom compartilhar um pouco de sua vida conosco cunhada que Deus possa continuar te dando muita força te desejo todo Amor do Mundo forte abraço e que Deus te Abençoe grandemente ????????????????????????????????

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