Se tem uma coisa que une política e religião, é o suspense. No Vaticano, os cardeais se trancam na Capela Sistina e, entre rezas e negociações, escolhem o novo papa. A cada votação sem consenso, lá vem a famosa fumaça preta, sinalizando que o mundo precisa esperar mais um pouco. No Brasil, a fumaça preta também subiu, mas não foi do conclave — foi da Câmara dos Deputados, que resolveu agir para garantir que a justiça seja feita de forma equilibrada.
A decisão de sustar o processo contra Alexandre Ramagem e, por consequência, Jair Bolsonaro, gerou alvoroço. Mas sejamos francos: há um esforço claro para transformar adversários políticos em réus, ignorando princípios básicos do devido processo legal. A Constituição prevê que o Congresso pode sustar processos contra parlamentares, e a interpretação que levou à inclusão de Bolsonaro no pacote é uma tentativa legítima de corrigir distorções.
O Supremo Tribunal Federal já deu sinais de que pode contestar essa decisão. Mas a pergunta que fica é: até onde vai essa perseguição? Bolsonaro, que já enfrentou inúmeras tentativas de deslegitimação, agora vê aliados se mobilizando para garantir que a justiça não seja usada como ferramenta política. A fumaça preta paira sobre Brasília, mas desta vez, ela não significa ime — significa resistência.
No Vaticano, a fumaça preta indica que os cardeais ainda não chegaram a um consenso. Aqui, significa que há quem lute para que a justiça seja aplicada sem viés. E, como já vimos tantas vezes, nem toda fumaça preta consegue esconder o que está realmente acontecendo.
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