Foto: Diego Sestrem / Arquivo Guabiruba Zeitung

Guabiruba e Brusque enfrentam desafios semelhantes no que diz respeito ao bem-estar animal e ao cuidado com animais de rua, questões que se destacam como importantes componentes da saúde pública local. Em Guabiruba, a ONG PATA – Protegendo os Animais com Todo o Amor, lida com uma transição de liderança que pode impactar sua continuidade, enquanto a Acapra, em Brusque, encontra dificuldades similares em garantir a sustentabilidade de suas operações.

Ambas as organizações são fundamentais para o cuidado de animais, contribuindo significativamente para o bem-estar das comunidades. Com as dificuldades istrativas e financeiras enfrentadas, a continuidade dessas atividades essenciais está em risco, exigindo atenção e ação coordenada das autoridades e da sociedade civil.
A PATA, em Guabiruba, enfrenta momentos de incerteza. Com o término iminente da atual gestão, previsto para o fim de maio, a eleição para a nova diretoria é crucial para a continuidade das atividades de resgate e cuidado dos animais. A atual presidente, Patrícia Suave, confirmou que os atendimentos cessarão em 30 de maio, antecipando a prestação de contas e a preparação documental necessária, já que o mandato oficial termina no início de junho.

A eleição, marcada para 5 de junho no Salão Nobre da Prefeitura de Guabiruba, às 18h30, prevê a apresentação do relatório fiscal referente ao exercício 2023/2024 e a escolha dos novos membros da diretoria e do conselho fiscal para o período 2025/2026. Cada chapa é composta por seis integrantes da Diretoria Executiva e três do Conselho Fiscal.

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Segundo a prefeitura de Guabiruba, até o momento existem apenas duas inscrições, trazendo um cenário de incerteza sobre a formação de uma nova liderança.

Patrícia Suave expressou as dificuldades em encontrar interessados para compor uma nova diretoria. “Até agora está difícil de conseguir montar outra [diretoria]. Não está nada fácil”, destacou. As dificuldades foram reforçadas pelo vice-presidente da ONG, Felipe Eilert dos Santos, que alertou para a possível dissolução da organização caso não haja chapa vencedora, implicando em assembleia para dissolução e trâmites legais, incluindo registro em cartório, baixa do CNPJ e liquidação de bens.

Em meio a este contexto, a vereadora Eduarda Schweigert (MDB) assegurou um alívio financeiro com a destinação de R$ 100 mil através de emenda parlamentar. Esse valor, articulado com o deputado estadual e atual Secretário de Infraestrutura e Mobilidade de Santa Catarina, Jerry Comper (MDB), destina-se a consultas veterinárias, castrações, e aquisição de ração. Projeto que visa à manutenção do bem-estar dos animais atendidos pela PATA, essa injeção de recursos deverá ser gerida pelo Fundo Municipal de Saúde de Guabiruba e promete estar disponível ainda em 2025 para a nova gestão.

Foto: Arquivo Guabiruba Zeitung

 

Lar temporário
Em entrevista ao Zeitung em março deste ano, Patrícia contou que a maior dificuldade enfrentada pela Pata é a falta de lares temporários. Mesmo com a ajuda da ONG para custear as despesas dos animais abrigados, há poucos lares temporários disponíveis. “São poucos, e o que tem, está cheio. Essa é a dificuldade número um. Porque, por exemplo, tem um cachorro abandonado lá no Centro, a gente até pode encaminhar para a clínica, pode fazer o atendimento, o que for necessário, se for cirurgia ou mesmo algo mais simples, a gente pede doação, faz os eventos, e dá um jeito de pagar as contas. Até hoje nunca ficamos devendo nada de valores absurdos, sempre conseguimos pagar. Mas depois, quando esse animal ganha alta da clínica, para onde ele vai? Esse é o problema. Todo mundo que tem lar temporário já está cheio. Ninguém mais consegue pegar animais. E lares temporários novos não aparecem, é raro acontecer”, revelou.

 

Acapra vive situação semelhante em Brusque

Em Brusque, a Acapra anunciou oficialmente a paralisação de suas atividades por meio de um comunicado publicado no Instagram. “A ONG não irá mais atender casos. Estamos oficialmente paralisados”, declara o texto, refletindo a crítica situação enfrentada pela entidade. A presidente da ONG, Sabrina Peçanha Gomes, revelou ao jornal Guabiruba Zeitung que a decisão foi necessária após as operações atingirem um ponto crítico. “Ano ado, em meados de julho, paralisamos parcialmente. Só ajudávamos casos de urgência […] Mesmo com a conta ando R$ 90 mil, algumas clínicas parceiras continuaram prestando atendimentos”, explicou.

Mesmo com esses esforços, as dificuldades financeiras levaram a uma interrupção completa dos atendimentos este mês. “Não conseguíamos nem fornecer o básico para os animais sob nossa responsabilidade: alimentação, medicamentos e atendimento médico”, completou Sabrina.

O comunicado da Acapra ainda ressalta o descontentamento com a situação: “Empurramos com a barriga até onde deu. Mesmo em paralisação parcial, estávamos com muito suor atendendo alguns animais […] Estamos cansadas do descaso e impunidade”, diz o texto, criticando a falta de estrutura e o sistema que, segundo o comunicado, terceiriza a responsabilidade para as ONGs e protetores da cidade.

Apesar das dificuldades, a presidente destaca a mobilização da comunidade para auxiliar a ONG, embora o apoio ainda esteja longe de atender a demanda crescente, que chega a 60 pedidos de ajuda mensais. “Para que a ACAPRA consiga se reestruturar é necessário que esse apoio se torne contínuo”, apelou ela, sublinhando a necessidade de um comprometimento mais efetivo por parte do poder público de Brusque.

Atualmente, a ONG enfrenta um ivo de mais de R$ 72 mil e busca estratégias para quitar pelo menos metade dessa dívida, enquanto continua a manter mais de 30 animais em lares temporários.

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