Como diferenciar tristeza de depressão e o que fazer para amenizá-la

Confira o artigo escrito ao Zeitung pela psicóloga Sara Almeida Cuba sobre o tema

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De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a depressão é a principal causa de incapacidade em todo o mundo, e na pior das hipóteses, é a doença que mais leva ao suicídio. A cada ano, mais de 800 mil pessoas cometem suicídio, sendo a segunda causa de morte no grupo de 15 a 29 anos.

Diante de tamanha gravidade e incidência, precisamos entendê-la melhor, para saber como agir com as pessoas que amamos e, principalmente, saber agir em nossa própria causa. Reconhecer que estamos entrando em depressão é desafiador, já que muitos sintomas dessa doença, são confundidos com uma persistente tristeza.

A tristeza é ageira e muitas vezes é consequência de um fator adverso da vida, uma perda, um desapontamento, uma lembrança de algo ruim que aconteceu ou mesmo um pensamento não adequado que realizamos de forma automática.

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Diferentemente da tristeza, a depressão é um quadro complexo, que envolve fatores genéticos, psicológicos e ambientais em sua origem. Uma pessoa que apresenta depressão, aponta sensações de abatimento, tristeza, irritação e/ou vazio, mas não somente isso. Além de afetar o humor, a depressão interfere nos pensamentos, no comportamento e nas reações físicas.

Ela também causa sérios transtornos à vida da pessoa e daquelas que convivem com ela. A pessoa com depressão pode muitas vezes ser tratada de forma inadequada ou preconceituosa por pessoas próximas, da família e no ambiente de trabalho, podendo ser julgada inadequadamente como alguém preguiçoso, desajustado ou irresponsável em função de suas dificuldades.

Sofrer de depressão não é um sinal de fraqueza ou uma condição que se possa facilmente reverter tão somente pela própria força de vontade. A pessoa com depressão, na maior parte das vezes, precisa de ajuda para conseguir reagir, enfrentar o problema e ter uma melhora significativa.

Uma das maneiras mais efetivas de superar a depressão é começar a introduzir diferentes hábitos ou recuperar aqueles que gostávamos e abandonamos.

Precisamos fazer o oposto do que ela nos leva a fazer. Não queremos sair? Vamos sair com os nossos amigos. Não queremos praticar esportes? Vamos nos levantar bem cedo ou ao final da tarde e sem pensar pegamos nosso tênis para ir caminhar ou correr, aproveitando que a nossa cidade conta com tantos espaços para essa finalidade.

Dado o primeiro o, veremos que depois isso não é tão difícil e até se torna uma atividade agradável. Não espere acordar com vontade de se exercitar para então ir, decida agir antes que a motivação venha. Mesmo que no início seja forçado, o hábito vem com a repetição, e o que é tão difícil se torna prazeroso.

Não é uma tarefa fácil, o caminho será duro, longo, e muitas vezes deixamos de avançar para dar os para trás. No entanto, tentando uma e outra vez, nadando contra a corrente, seguindo com a ajuda dos familiares e amigos e quando necessário um  psicólogo ou psiquiatra, a depressão chegará ao seu fim, pois ela é uma condição médica psicológica tratável, para a qual existem medicamentos específicos e tratamentos psicoterápicos que ajudam a maioria das pessoas.

2 COMENTÁRIOS

  1. Um belo texto e esclarecedor sobre essa doença triste que vem numa crescente e atingindo, direta ou indiretamente, a nós todos.

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