Guabiruba tem um desafio ainda maior diante da pandemia do novo coronavírus (Covid-19): o único hospital da cidade tem uma equipe reduzida e atende apenas 12 horas diárias, por isso, a conscientização da população para que procurem o hospital apenas quando extremamente necessário e a adaptação para atendimentos por telefone tem sido ainda mais desafiador.
Quem está à frente da equipe do Hospital de Guabiruba é Roseli Kohler, 60 anos, que faz parte da história da instituição desde 2002. Filha de Hercílio e Selina Schweigert, Roseli é casada com Jorge Luiz Kohler, com quem tem três filhas: Rosilene, Franciele e Soriane.
A diretora do Hospital de Guabiruba sempre morou no município e, nesta entrevista, aborda como está a estrutura e atendimento no hospital da cidade e o que as pessoas precisam fazer para evitar que a pandemia fuja do controle.
Guabiruba Zeitung: Como iniciou sua trajetória no Hospital de Guabiruba?
Roseli Kohler: Já trabalhei dois períodos. O primeiro foi de 1º de março de 2002 a 19 de março de 2009, quando saí para cuidar da minha mãe que estava acamada. Voltei no dia 1º de outubro de 2013 e estou até hoje.
Desde nova, sempre trabalhei na área da saúde. Atuei por quase 20 anos no antigo Sindicato de Guabiruba com médicos e dentistas e quando o hospital foi reaberto, eu era uma pessoa com experiência na área. Sempre gostei de trabalhar na área da saúde.
GZ: Como estão os atendimentos do hospital neste momento?
RK: Nós estamos realizando todos os procedimentos de Urgência e Emergência. Devido ao coronavírus, no momento os atendimentos tiveram uma queda, porque as pessoas procuram o hospital apenas em casos de muita urgência justamente para evitar aglomerações. Em 2019, atendemos 21.592 pessoas; em janeiro de 2020, 1.680; em fevereiro de 2020, 1.511; em março de 2020, 1.426 e em abril até o dia 13 foram 318 atendimentos.
GZ: Qual o ree da prefeitura hoje em dia? Há algum ree financeiro recebido além desse da prefeitura?
RK: Recebemos R$ 73.500 da Prefeitura de Guabiruba, não recebemos de outros lugares. Por isso, realizamos promoções e rifas, pois não conseguimos cobrir todos os custos de funcionários e equipe médica com esse valor.
GZ: Como está a estrutura do hospital?
RK: Nós temos 12 funcionários que trabalham no hospital. Há sim equipamentos suficientes. Todos os funcionários possuem equipamentos adequados para os atendimentos. Isso nós devemos também à Secretaria de Saúde de Guabiruba, que está nos ajudando e muito. Além do hospital comprar alguma coisa, ganhamos também doação, por isso agradecendo a todos que estão colaborando.
GZ: O hospital atende algum caso de coronavírus?
RK: Atendemos casos de síndrome gripal e quando suspeito para a Covid-19 informamos a Vigilância Epidemiológica do município para o monitoramento e realização dos exames.
No momento, não temos nenhum paciente internado, apenas atendimentos ambulatoriais. O hospital atende das 10h às 22h.
GZ: Quando as pessoas devem buscar o Hospital de Guabiruba, quando o Azambuja e quando a Unidade de Saúde?
RK: Atendimentos de urgência e emergência e em casos mais graves o nosso hospital dá e e encaminha para o Azambuja. Temos uma sala de emergência e equipe pronta para estabilização em casos mais graves.
A Unidade Básica de Saúde deve ser para consultas de rotina, exames laboratoriais para controle, gestantes, pré-natal a parte de puericultura dos recém nascidos, testes rápidos e exames preventivos. Lembrando que o telefone para urgência do Hospital é 3308-3118.
GZ: Como tem sido esse período atípico para você? Tem alguma situação que você já vivenciou que acha que foi similar?
RK: Está sendo tudo muito diferente e novo. Os atendimentos caíram, as pessoas precisam ficar em suas casas em decorrência dos decretos, estamos todos preocupados.
GZ: O que você acredita que vai mudar nos procedimentos de saúde após essa pandemia, bem como num contexto social?
RK: A pandemia vai servir para a gente ficar mais atento à questão higiênica, do distanciamento das pessoas. Principalmente nos cuidados dos atendimentos.
GZ: Como você acredita que deve se comportar os números de Covid-19 nas próximas semanas?
RK: Esperamos que se mantenha controlado, mas para isso precisamos que a população fique em suas casas e que saiam apenas para o trabalho e coisas extremamente necessárias.
GZ: Que orientação você dá para as pessoas neste momento?
RK: Como já mencionei, a orientação é de que as pessoas saiam apenas para situações necessárias, cuidem da higienização das mãos e usem as máscaras de proteção. A situação é delicada e precisamos ser conscientes nas atitudes.
GZ: O que você acha mais importante ressaltar neste momento?
RK: Que as pessoas aceitem o pedido dos governantes, porque eles só querem o melhor para a população. Eles também estão em uma situação muito difícil, pois é algo novo para todos. Juntos vamos vencer essa pandemia, só precisamos pensar no coletivo e cuidar com aglomerações e a higienização.