A Câmara de Vereadores de Guabiruba realizou na noite de terça-feira (6) mais uma sessão ordinária, marcada pela presença de autoridades e representantes da sociedade civil. O vice-prefeito Cledson Kormann participou do encontro e utilizou a tribuna para esclarecer pontos sobre a viabilidade econômica do abatedouro municipal, tema que foi alvo de questionamentos durante a sessão itinerante realizada no dia 29 de abril por um morador do bairro Centro.
A sessão também contou com a participação do presidente do Grupo Escoteiro Dragões da Montanha, que apresentou um panorama das atividades desenvolvidas pela entidade no município e destacou a importância do movimento escoteiro para a formação de crianças e adolescentes.
Abatedouro
Em resposta a questionamentos feitos por um morador durante a sessão itinerante realizada em 29 de abril, o vice-prefeito Cledson Kormann participou da sessão desta terça-feira (6) para apresentar informações sobre a viabilidade econômica do abatedouro municipal.
Utilizando a tribuna, Kormann compartilhou um artigo de sua autoria sobre o tema e reforçou, por meio de imagens exibidas aos vereadores, a relevância da produção local frente aos grandes frigoríficos. Uma das imagens recuperadas de uma publicação feita por ele nas redes sociais durante a Operação Carne Fraca, em 2017, trazia a frase “Apoie o seu açougueiro local”, ressaltando a importância de fortalecer o pequeno produtor.
Entre os principais argumentos apresentados, o vice-prefeito destacou que a regularização dos abates contribuirá para a formalização da atividade, permitindo a emissão de selos de inspeção e ampliando o o dos produtos locais às cadeias de distribuição. “A regularização dos abates reduzirá a informalidade, permitindo que os produtos locais atendam às exigências do mercado formal, com a emissão de selos de inspeção e em cadeias de distribuição mais amplas”, afirmou.
Kormann também enfatizou a segurança alimentar como um dos pilares da proposta. “Um abatedouro público equipado com infraestrutura adequada assegura que a carne produzida seja segura para o consumo”, disse.
Outro ponto abordado foi o potencial de geração de empregos diretos e indiretos com a operação do equipamento público. “A operação demandará de mão de obra direta, como açougueiros, inspetores, limpeza, istrativo, bem como indireta, como transporte, manutenção de equipamento, fornecimento de insumos. Para o nosso município, a criação de dezenas de empregos diretos e indiretos pode sim ter um impacto significativo”, destacou.
O vice-prefeito ainda defendeu o fortalecimento da cadeia produtiva local, apontando que a iniciativa poderá melhorar as condições de comercialização para os produtores. “Os produtos locais, que hoje enfrentam dificuldade para comercializar seus produtos, devido à falta de certificação sanitária, poderão ar o mercado formal, como açougues, supermercados e até outros municípios. Isso aumenta a renda dos pecuaristas e estimula a produção local”, concluiu.
Novos limites
O vereador Anderson Luiz Cavichioli (PP) trouxe à tribuna um tema de grande impacto para Guabiruba: as recentes alterações nos limites do Parque Nacional da Serra do Itajaí, que abrange parte do território do município. Segundo o parlamentar, diversos imóveis particulares dentro da área de abrangência da unidade de conservação foram declarados como pertencentes ao Parque por meio de uma nova lei federal, porém a maior parte dos proprietários ainda não foi indenizada. Em Guabiruba, segundo ele, nenhum proprietário recebeu compensação até o momento.
Cavichioli explicou que uma lei federal, tramitando desde 2020, foi aprovada em janeiro deste ano com o objetivo principal de retirar uma área de aproximadamente dois hectares da unidade para viabilizar a construção da barragem de Botuverá. No entanto, a alteração também resultou no acréscimo de 319 hectares ao perímetro do Parque.
Durante sua fala, o vereador exibiu imagens que mostram os antigos e novos limites da unidade. Ele destacou que, com as mudanças, algumas construções e empreendimentos que anteriormente estavam fora da área protegida aram a ser incorporados ao território do Parque. “Com essa nova delimitação se fez simplesmente uma curva incluindo o empreendimento dentro do Parque”, criticou, ao citar um empreendimento turístico afetado.
“Qual a necessidade disso? Não consigo entender”, questionou. Cavichioli mostrou ainda outros exemplos de empreendimentos e imóveis que foram impactados pela nova delimitação. Segundo ele, é importante que os vereadores estejam cientes da situação. “Fiz questão de trazer essas imagens para que nós vereadores tenhamos conhecimento, porque muitas pessoas virão nos cobrar sobre o que aconteceu. Porque essas pessoas vão ter problemas para a regularização dos seus imóveis”, alertou.
Embora reconheça que a questão não seja de competência direta do Legislativo municipal, o vereador defendeu o posicionamento da Câmara frente ao caso. “Cabe o questionamento junto à chefia do Parque Nacional, do que aconteceu”, afirmou. Ele foi enfático ao criticar a medida: “Me desculpe, mas parece uma sacanagem. Não vejo a necessidade. Talvez se argumente que o objetivo foi conter a urbanização no entorno do Parque. Mas no meu entendimento, legislar sobre a urbanização no entorno do município é competência do legislativo municipal”.
Ao final, Cavichioli reforçou que havia solicitado a presença da chefe do Parque Nacional da Serra do Itajaí para prestar esclarecimentos na Câmara. “Talvez seja uma oportunidade para que a gente possa questionar sobre isso, porque com certeza vai trazer problemas para a nossa população”, concluiu.
Bicicletas elétricas
Durante a sessão, a vereadora Eduarda Schweigert (MDB) trouxe à pauta uma preocupação crescente envolvendo o uso de bicicletas elétricas e outros veículos autopropelidos. O tema ganhou destaque novamente após um grave acidente ocorrido em Brusque, que resultou na morte de uma adolescente de 14 anos na última semana.
“Seguindo o exemplo de Brusque, começamos a perceber que é necessário falar sobre isso”, afirmou a vereadora, que relatou ter conversado com parlamentares do município vizinho sobre uma legislação local que trata da regulamentação desses veículos.
Eduarda relatou que foi procurada por pais preocupados com a ausência de normas em Guabiruba. “Muitos pais vieram me questionar se existe alguma normativa, alguma lei, sobre o uso desses autopropelidos. O que aconteceu em Brusque, a gente não quer que aconteça em Guabiruba”, disse.
A vereadora defendeu a criação de diretrizes que orientem o uso adequado desses veículos, sem restringir seu uso. “Não queremos proibir o uso dos autopropelidos, muito pelo contrário. Queremos que sejam utilizados da maneira correta”, pontuou. Para ela, o ponto central está na informação: “A conscientização é a matéria-prima do negócio. Precisamos mostrar para a população que isso pode tirar vidas se não for utilizado da maneira correta.”
Escoteiros
Outro momento da sessão foi marcado pela fala de Irineu Azevedo, presidente do Grupo Escoteiro Dragões da Montanha, de Guabiruba. Ele utilizou a tribuna para apresentar as atividades do grupo e reforçar a importância do escotismo na formação de crianças e adolescentes.
Azevedo iniciou sua fala compartilhando sua trajetória no movimento escoteiro e como ou a integrar o grupo guabirubense. Ele explicou que o escotismo vai muito além de atividades ao ar livre e destacou seu papel na formação cidadã dos jovens. “O escotismo é uma verdadeira escola de valores, que forma cidadãos conscientes, responsáveis e solidários”, afirmou.

O presidente também lembrou que o Brasil possui uma ampla rede de grupos escoteiros, todos alinhados a um mesmo propósito: “Sempre com o mesmo propósito: ensinar pelo exemplo, com disciplina, trabalho em equipe e respeito à natureza e ao próximo”.
Segundo ele, o Grupo Escoteiro Dragões da Montanha representa uma oportunidade concreta para a juventude de Guabiruba. “Oferece um espaço seguro, educativo e inspirador, onde valores humanos e sociais são cultivados todos os dias”, disse. As atividades realizadas pelo grupo incluem acampamentos, ações sociais, trilhas, oficinas de habilidades, entre outras. “Acima de tudo, ensinamos nossos jovens a serem protagonistas de suas próprias histórias”, acrescentou.
Azevedo convidou os vereadores e a comunidade a conhecerem mais sobre o movimento escoteiro. “Convido cada um de vocês a caminhar conosco nesse movimento, que transforma vidas com dedicação, disciplina e amor. Que o exemplo dos Dragões da Montanha ecoe por nossa cidade como um chamado de ação à esperança e à construção de um futuro melhor”.

O grupo realiza suas reuniões aos sábados à tarde, em sua sede localizada na rua Pedro Keller, via que liga os bairros Aymoré e Guabiruba Sul. Crianças podem ingressar no movimento a partir dos seis anos e meio, permanecendo como jovens escoteiros até os 21 anos. Adultos também podem participar, atuando como chefes escoteiros, sem limite de idade. “São atividades que atraem o jovem, sempre com espírito de aventura, mas sempre educacional, intelectual e social”, reforçou.
O contato com o grupo pode ser feito pelo Instagram (@dragoesdamontanha) ou pelo WhatsApp (47) 99173-6173.