No dia 8 de janeiro é comemorado o dia do fotógrafo – profissional responsável por registrar a história de pessoas e lugares. E para homenagear todos os profissionais da área, o Jornal Guabiruba Zeitung conversou com dois fotógrafos da cidade, que chamam atenção do público nas redes sociais.
Ana Maria de Souza (33), que fotografa desde 2017 e Jailson Pollheim (51), que atua na fotografia desde 2012.
Um presente que registra memórias eternas
Formada em artes visuais, Ana Maria conta que após o nascimento do segundo filho queria trabalhar em algo que lhe desse mais liberdade em questão de horários. Foi então que ganhou sua primeira câmera do marido, no natal de 2016. “Em janeiro de 2017 nossa casa foi assaltada. Levaram tudo! Menos a câmera. Vejo isso como um sinal que me fez dedicar ainda mais para essa profissão”, destaca.
Ela ressalta que busca entregar muito mais do que uma fotografia aos clientes. “Olhando as fotos dos meus filhos, a maioria caseira, elas me trazem muito mais que uma imagem bonita. Elas trazem lembranças. Consigo lembrar os detalhes das roupas, aonde comprei ou quem deu. Detalhes do quarto. Às vezes, situações do dia me vêm à mente por um gatilho de memória daquela foto. Isso que quero trazer aos meus clientes. Não apenas uma foto bonita. Quero, sim, entregar memórias eternas”, avalia.
Ana Iniciou com a fotografia lifestyle, que traduzindo é fotografia do estilo de vida. “Amo esse estilo. Entrar na casa das pessoas, conhecer suas histórias. Cada ensaio é um desafio! Afinal cada casa tem uma luz diferente. Também trabalho bastante com ensaios externos. Esses são realizados apenas nas primeiras horas da manhã ou no fim de tarde, para ter aquela luz bem suave e amarelada”, explica.
Em 2021, a fotógrafa abriu o primeiro estúdio de luz natural de Guabiruba e Brusque. “O Estúdio tem uma luz incrível! É um ambiente decorado em estilo boho, onde cada cantinho traz fotos lindas. No estúdio de luz natural temos mais mobilidade, principalmente com crianças. Não é preciso posicionar as pessoas exatamente em um local para usar o flash. É ideal para ensaios de gestante, recém-nascidos e acompanhamento”, detalha.
Para Ana, as redes sociais têm papel fundamental para o seu trabalho. “Exibição de portfólio, captação de clientes e toda propaganda é realizada através do Instagram. Particularmente eu, como pessoa, não gosto muito de usar e me expor nas redes sociais. Mas é uma ferramenta fundamental para uso profissional”, conta ela, que é natural de Guabiruba e cresceu na cidade.
Segundo a fotógrafa, grande parte dos clientes (principalmente os primeiros) são guabirubenses. “Meu estúdio é localizado em Guabiruba, porém mais da metade dos clientes são de outras cidades, como Brusque, Gaspar, Blumenau, Camboriú, Balneário Camboriú, Curitiba (PR), entre outras”, detalha.
Para Ana, a fotografia é mágica. “Alegria, tristeza, guerra e até a luta pela sobrevivência podem ser vistas por meio de fotografias. Mais do que registrar momentos, as fotos transmitem mensagens, contam histórias e levam a importantes reflexões. Além do que, nossas fotografias nos dizem o que é importante para nós”, finaliza.
Arte, magia e fotografia
Jailson conta que a fotografia sempre esteve presente em sua vida e que quando jovem era comum ter pelo menos uma câmera amadora de filme para fotografar a família e momentos de confraternização.
“O que motivou o ingresso no mundo profissional da área foram duas coisas: o surgimento/popularização da fotografia digital e o gosto de minha esposa por ser fotografada. Em 2012, comprei uma DSLR (câmera profissional) para fazer fotos dela ou para ela, que vendia roupas e precisava de imagens para divulgar as peças que tinha na loja”, recorda ele, que possui três cursos universitários: Pedagogia, Design Gráfico e Letras. Além disso, é pós-graduado em Práticas Pedagógicas Interdisciplinares.
De acordo com Jailson, trabalhar como fotógrafo nunca foi algo planejado. “Creio que boa parte dos profissionais tem história parecida. Você fotografa as pessoas próximas, os amigos começam a comentar, elogiar, curtir ou criticar. E você segue em frente fazendo fotos para quem se interessa pelo seu trabalho, faz cursos para se aperfeiçoar, e, quando se dá conta, mergulhou nesse universo”, acredita.
Ele relembra que quando começou a atuar na área, a fotografia digital ainda era uma incógnita e a maioria dos fotógrafos era relutante quanto a sua popularização. “Redes Sociais eram novidade, Google e Youtube traziam ainda pouquíssimas informações sobre fotografia. Então, o aprendizado foi quase que totalmente prático, com a cara e a coragem”, recorda.
Jailson diz que desde que a internet entrou em nossas vidas, um dos seus hobbies na rede era procurar fotografias que pudessem ser confundidas com pinturas. A fotografia artística do Norte Europeu e da Ásia sempre lhe chamaram atenção. “Elas têm uma pegada mística, mágica, que remete ao ado, que me fascina. Assim, minha meta foi construir um estilo próprio, mas que seguisse essa linha de Arte Fotográfica Mágica. A procura é sempre por imagens espontâneas, autênticas. Quero que cada foto seja uma obra de arte, exclusiva e surpreendente”, descreve.
Nos últimos três anos, Jailson se dedica exclusivamente a trabalhos que envolvam a família. “O foco principal são os Ensaios de Gestantes, mas também fazemos fotos individuais femininas, de crianças, 15 anos e da própria família, sempre no estilo que denominamos, o Fine Art (fotografia artística)”, comenta.
O fotógrafo conta que as redes sociais contribuem muito para o seu trabalho. Praticamente 100% da divulgação é digital. “Não há como negar sua relevância. São ferramentas imprescindíveis, mas que não devem ser as únicas, para que não nos tornemos prisioneiros delas. O bom e velho “boca a boca” ainda vale muito. Se você faz um bom trabalho, diferente, com honestidade e dedicação, as pessoas sempre o acabam propagando”, destaca.
Para o fotógrafo, Guabiruba é uma cidade em pleno crescimento, com uma cultura forte e diversificada. “Ser fotógrafo aqui é uma bênção, pois grande parte dos cidadãos valorizam a boa fotografia. Somos, entretanto, um município pequeno em termos populacionais e, portanto, boa parte de meu público vem de outras regiões. Diria metade de Santa Catarina e outra metade do Rio Grande do Sul e Paraná”, revela.
Para Jailson, que em 2021 iniciou três projetos fotográficos, que pretende finalizar este ano, com exposições em locais públicos e privados da região, a fotografia Fine Art o define. “É uma parte de mim. Algo que curto fazer, que me dá prazer. Principalmente, porque é uma forma de fazer as pessoas felizes. Na verdade, o que me motiva dentro da profissão é poder ver o brilho nos olhos, a alegria das pessoas quando veem suas fotos finalizadas”, completa ele.
Faltou comentar o fotógrafo mais antigo vivo da cidade