Com o tema: “Uma Corda, Duas Escolhas”, alunos do Ensino Médio da Escola S, de Brusque realizaram uma exposição na Praça Theodoro Debatin, Centro de Guabiruba. A tradicional figueira ficou repleta de flores, que foram confeccionadas pelos estudantes usando cordas. O objetivo foi chamar a atenção das pessoas sobre a beleza das flores, da vida, destacando a alta taxa de suicídios no município e orientando para a busca de auxílio.
“Esse projeto (…) vem para mostrar que há outros caminhos para seguir do que apenas desistir e se suicidar. Esperamos que toque de alguma forma no coração das pessoas que am por ali e seja um incentivo para continuar a viver”, descreveu a estudante Daniele Beatris Schaefer, de 17 anos de idade.
A exposição tem ainda um QRCode, que direciona as pessoas para o site criado pelos alunos. Nele há explicações sobre a intervenção e formas de prevenção. “Pesquisamos na internet e vimos que Guabiruba tem uma tendência ao suicídio. Por isso decidimos fazer a intervenção na praça, por ser uma área livre onde as pessoas podem ver com facilidade”, disse Gabriela Krempel Popper, aluna membro do grupo e moradora do bairro Aymoré.
A ação foi desenvolvida nas aulas de Linguagens, códigos e suas tecnologias, durante um estudo sobre Arte Contemporânea. A ideia foi criar uma intervenção que abordasse temas cotidianos, a diminuição das fronteiras entre a arte e o público (interação), a preocupação com o presente e as novas técnicas de produção e disseminação da arte.
O artista brusquense, Jo Leoni, descreveu a exposição como “Estética Relacional, que vem justamente propor a arte não mais como um objeto a ser entendido, mas também como um local de experimentação, discussão e participação”.
Durante as aulas, surgiram ainda outras propostas de ações entre os alunos, tais como a situação atual de pandemia no novo coronavírus; efemeridade da vida, tempo ageiro, preocupações constantes e rotina de trabalhos ininterrupta.
“O trabalho possibilitou o desenvolvimento de competências socioemocionais por meio da reflexão sobre o momento que estamos vivenciando – permeado de problemas psicológicos – e percebemos a sensibilidade e empatia dos nossos alunos perante as questões sociais. É realmente gratificante ver o conhecimento construído em sala ultraar as paredes da escola”, conclui a professora, Juliana Costa Masera.
A superintendente da Fundação Cultural de Guabiruba, Paula Maiara Bohn, ressalta que a fundação está aberta a propostas para exposição de projetos. “Ficamos muito felizes quando as pessoas têm essas iniciativas e estamos sempre de portas abertas a conversas para auxílio e acompanhamento, dando visibilidade à arte e à cultura, tão fundamentais neste tempo em que estamos vivendo”, finaliza.